terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Pintassilgo

Pintassilgo

O Pintassilgo é uma ave passeriforme da família fringillidae. É conhecido também comoPintassilgo-mineiro e Pintassilva.

Características

Mede 11cm. de comprimento. Esta pequena ave granívora é uma ave bastante conhecida, já que se trata de uma espécie de relativamente fácil identificação. A sua máscara preta, presente apenas nos machos, bem como as manchas amarelas nas asas, fazem do pintassilgouma ave bastante colorida e com um padrão facilmente reconhecível, mesmo em voo.As fêmeas tem a cabeça e lado inferior oliváceos. Os jovens machos com poucos meses já apresentam pintas pretas na cabeça. Durante a Primavera, pode ser observado cantando no alto de árvores, antenas, postes e telhados. No Inverno agrega-se frequentemente em bandos de dimensões consideráveis, que podem juntar centenas de aves. Além de seu canto característico, pousado ou em vôo, imita o canto de outras aves.
Vocalização: Gorjear fino bastante variado, em andamento rapidíssimo; estrofes longas intercalando imitações de outras aves. Canta também em vôo.

pintassilgo macho

pintassilgo fêmea

pintassilgo jovem

Alimentação

Alimenta-se de sementes e pequenos frutos secos, de revestimento duro.

pintassilgo se alimentando

Reprodução

Nidifica tanto nas copas das araucárias mais altas como em cafeeiros. A fêmea constrói o ninho em forma de pequena tigela, com raízes finas, sem revestimento ou forrado de penas e crinas, na forquilha de árvores ou de arbustos, a pouca altura do solo (3 a 4 m). Os ovos são brancos, com pouco azul-celeste, às vezes com algumas pintas pardas e medem cerca de 16 x 12 mm. A incubação também é tarefa da fêmea, podendo o macho alimentá-la durante este período. Cada ninhada geralmente tem entre 3 e 5 ovos, tendo de 2 a 4 ninhadas por temporada. Os filhotes nascem após 13 dias. Atinge a maturidade sexual aos 10 meses.

Casal de pintassilgo

Ninho de pintassilgo

Ovo de pintassilgo

Hábitos

Vive em mata secundária aberta, árvores em plantações e quintais, pinhais, cerrado. Essa ave canora tornou-se um pássaro raro, devido principalmente à intensa perseguição do comércio clandestino de aves silvestres .

Bando de pintassilgo
Habitat depintassilgo

Coleiros

A CRIAÇÃO DE COLEIRO

Continuando na linha de bem informar o leitor e na seqüência de dicas sobre a criação dos principais pássaros canoros brasileiros, não poderíamos deixar de mencionar a criação do Coleiro. 
Sem dúvida, é o mais popular dos pássaros brasileiros, como disse o amigo Epaminondas Jr. em seu artigo no Jornal do CUBIVALE N. 11. Seu tamanho diminuto facilita o manejo. É a maior paixão de crianças que gostam de pássaros. Esse lindo passarinho cantador é quase sempre o primeiro tipo de pupilo dos passarinheiros. Foi o meu primeiro, quando tinha 6 a 7 anos, lá pela minha Manhuaçu. Havia centenas deles por perto de minha casa. Hoje bem mais escasso, mas ainda é, certamente, o que existe em maior número pelo Brasil afora. Conhece-se, pelo menos, quatro formas diferentes: o coleiro de gola e do peito branco, o Sporophila caerulescens caerulescens; o cabeça preta do peito amarelo, o Sporophila nigricollis nigricollis; o de gola e do peito amarelo, o Sporophila caerulescens hellmayri.  
Há ainda citações sobre o Sporophila ardesiaca e o Sporophila melanops, como Coleiro mineiro e Coleiro de Goiás, respectivamente. Sobre o cabeça preta do peito branco não há uma clara definição sobre o nome científico É preciso mais clareza dos técnicos e dos livros existentes sobre a questão para se ter a certeza sobre o nome correto. É difícil, também, é conhecer as fêmeas de cada um deles, são idênticas. O mais comum é o de gola, coleira e de peito branco, o de dupla coleira - e é aquele que mais se cultiva, o espécie típica. Afirmam os mais entendidos que é o mais valente e cantador. Conhecido também como: Coleirinha, Coleirinho, Papa-Capim, Coleira - Coleiro Laranjeira e Papa-Arroz - é um pássaro de porte pequeno, 11 cm de comprimento, envergadura 17 cm, com 14 penas grandes em cada asa. De cor preta chamuscada na cabeça e costas; abdome branco ou amarelo; mosca branca nas asas; garganta preta em cima de uma gola branca para ter logo abaixo uma coleira de um preto bastante intenso. Os olhos enegrecidos são circundados com pequenas penas claras, formando um gatinho. Bico é delicado e possui tons amarelados, cor de laranja. Há um marcante dimorfismo sexual: a fêmea tem a cor diferente do macho. Ela é parda, castanho claro, a mesma cor dos machos jovens que vão gradativamente se tornando pretos, e já procriam pardos com a idade de 7/8 meses.  
Distribui-se por grande parte do Brasil, especialmente o Centro-Sul e países limítrofes. Na natureza, costuma procriar entre os meses de novembro e março.
Preferem as beiradas de matas, pomares, pastos, brejos, capoeiras e praças das cidades. É um pássaro territorialista, isto é, quando está chocando demarca uma área geográfica em torno do ninho onde o casal não admite a presença de outras aves da espécie. Canta muito e assim delimita seu território. Quando não estão na época da reprodução, contudo, podem ser vistos em pequenos grupos junto com os filhotes. Estão sempre à procura de alimentos, tipo semente de capim verde. Para isso, agarram-se aos finos talos dos cachos para poderem se alimentar; são especialistas nisso. Embora o braquiária, seja um capim exótico, apreciam muito sua semente e ele tem ajudado muito como alimento. Nos meses de julho e agosto costumam se juntar em grandes bandos, especialmente nos anos de seca prolongada. Nessas ocasiões, o fogo costuma destruir os capinzais fazendo com que os nossos queridos pássaros desesperados e famintos procurem os locais onde possam encontrar comida, muitas vezes até no interior das cidades.  
Seu canto é simples, melodioso e a frase musical tem, em geral, poucas notas; entre cinco ou dez. Não repetem o canto, mas retomam muito rápido em alguns casos um a dois segundos de espaço entre um canto e outro. Existe uma infinidade de dialetos; na verdade, cada ecossistema possui um próprio. Todavia, há alguns que são mais apreciados e cultivados pelos criadores. São eles: o tuí-tuí-zero-zero ou tuí-tuí-zel-zel (o mais comum), exemplo desse canto está na fita do Cabrito; já nos cantos mais sofisticados, considerados clássicos, o Coleiro emite a terceira nota, assim: tuí-tuí-grom-grom -grom-ze-ze-zel-zel-zell ou tuí-tuí-tcho-tcho-tcho-tchá-tchá-tchaá e outras variações, para frases bem parecidas. A diferença está apenas no entendimento e na interpretação de segmentos de criadores nas nomenclaturas onomatopéicas das notas. Exemplo desse tipo de canto são as gravações dos Coleiros Mirante e Capricho. Em ambientes domésticos a característica principal do Coleiro é gostar de passear e de ser submetido a muita lida, isto é, quanto mais manuseado (mexido) mais canta. E seu desempenho nos torneios de canto e fibra está em relação direta com a dedicação que seu dono lhe dispensa. Depende muito disso. É, todavia, de fácil entrosamento e fica muito manso com um pouco de carinho. Em suma, o Coleiro é uma ave muito apreciada por todos os segmentos de passarinheiros e para vários objetivos, especialmente os torneios de canto.  
Agora, pela Portaria 057 do IBAMA, só podem ser transacionados, sair de casa e participar de torneios aqueles que forem criados em ambientes domésticos e que tiverem anilha fechada, como prova disso.. Está aí, também, a Portaria 118, que é a de criadouro comercial, a pessoa física ou jurídica que quiser montar um é só falar com o IBAMA, em sua respectiva Superintendência Estadual. Dessa forma, compete-nos então, reproduzi-los em larga escala para poder preservá-los e suprir a grande demanda que está aí. Quem quiser e puder praticar a sua procriação, terá, com certeza, sucesso garantido. O Coleiro reproduz-se com mais facilidade que o bicudo e o curió e com uma produtividade excelente. É uma ave longeva, vive por volta de trinta anos, dependendo de sua saúde e do trato que se lhe dispensa.  
A alimentação básica deve ser de grãos, notadamente o alpiste 50%, painço amarelo 30%, senha 10%, niger 10%, acrescentar periodicamente o painço português legítimo. É salutar que de disponibilize, também, ração de codorna misturada a 50% com milharina adicionando Mold-Zap® à base de 1 gr. por quilo. Dois dias por semana administrar polivitamínico tipo Orosol®, Rovisol® ou Protovit®, este à base de 2 gotas para 50ml d'água. Já sua alimentação especial para a fase de reprodução deverá ser a seguinte. Quando houver filhotes no ninho, em uma vasilha separada, colocar 3 vezes ao dia, farinhada assim preparada: 6 partes de milharina, 1 parte de farelo de soja torrado,/ 1 parte de germe de trigo, / premix F1 da Nutrivet® (4 colheres de sopa para 1 quilo), / sal 2 gr. por quilo, / Mold-Zap® 1 gr. por quilo, / Mycosorb® 2 gr. por quilo. Após tudo isso estar muito bem misturado, coloque na hora de servir uma gema de ovo cozido e uma colher cheia de "aminosol®" para uma colher bem cheia de farinhada. Dá-se larvas, utilizando a chamada "praga da granja"; (tipo de Tenébrio molitor, em miniatura, muito comum em granjas de avicultura industrial), é a melhor e tem mais digestibilidade. Essa larva é diminuta e condizente com o tamanho do bico do Coleiro. Oferecer até o filhote sair do ninho.
É bom, também, colocar sempre à disposição das aves "farinha de ostra" batida com areia esterilizada e sal mineral (tipo aminopan®). Outra questão importante diz respeito ao lugar adequado para que eles possam exercer a procriação. Esse local deve ser claro, arejado e sem correntes de vento. A temperatura ideal deve ficar na faixa de 25 a 35 graus Celsius e umidade relativa entre 40 e 60%.  
O sol não precisa ser direto, mas se puder ser, melhor. A época para a reprodução no Centro Sul do Brasil é de novembro a maio, coincidente com o período chuvoso e com a choca na natureza. Deve-se utilizar gaiolas de puro arame, com medida de 60cm comprimento X 30cm largura X35 cm altura, com quatro portas na frente, comedouros pelo lado de fora para dentro da gaiola. A tala, a medida entre um arame e outro não pode ser maior do que 13mm. No fundo, ou bandeja da gaiola, colocar papel, tipo jornal, para ser retirado todos os dias logo que a fêmea tomar banho. Logo depois se deve retirar a banheira para colocá-la no outro dia bem cedo.  
O ninho, tipo taça, tem as seguintes dimensões: 6cm de diâmetro X 4 cm de profundidade, e será colocado pelo lado de dentro da gaiola. Pode ser feito de bucha ( Luffa cylindrica) por cima de uma armação de arame. Para estimular a fêmea prender raiz de capim ou fiapos de casca de coco, assim ela cobrirá o ninho com estes materiais. O número de ovos de cada postura é quase sempre 2.


Cada fêmea choca 3/4 vezes por ano, podendo tirar até 8 filhotes por temporada. As coleiras podem ficar bem próximas umas das outras separadas por uma divisão de tábua ou plástico, mas não podem se ver, de forma alguma. Senão, matam os filhotes ou interrompem o processo do choco, se isto acontecer.  
Utilizar um macho de excelente qualidade, de preferência um campeoníssimo, para 5 fêmeas. Nunca deixá-lo junto pois ele quase sempre prejudica o processo de reprodução, e mata os filhotes. O melhor, é colocá-lo para galar e imediatamente afastá-lo da fêmea. O filhote nasce aos treze dias depois de a fêmea deitar e sai do ninho também aos treze dias de idade e pode ser separado da mãe com 35 dias. Com 8 meses, ainda pardos, já poderão procriar. As anilhas serão colocadas do 7O ao 10o dia, com anilha 2,3 mm de diâmetro - bitola 1 a ser adquirida do Clube onde seja sócio. Pode-se trocar os ovos e os filhotes de mãe quando estão no ninho. Fundamental, porém, é que se tenha todo o cuidado com a higiene. Lembremos que os fungos, a coccidiose e as bactérias são os maiores inimigos da criação, e têm as suas ocorrências inversamente relacionadas com a higiene dispensada ao criadouro.  
Armazenar os alimentos fora da umidade e não levar aves estranhas para o criadouro antes de se fazer a quarentena, são cuidados indispensáveis. Os tipos de torneio mais comuns são: 1) Fibra - os pássaros são dispostos em círculo, a 20 centímetros do outro; aquele que mais cantar no final da prova é o que ganha; 2) Canto livre - ganha aquele que mais cantar em 5 minutos, ele compete sozinho, não é analisada a qualidade do canto; 3) Canto Clássico - A ave é examinada sozinha durante 5 minutos; ganha aquela que tiver o canto mais perfeito dentro do padrão pré-escolhido. Tem sido realizados torneios de Coleiros por quase todo o Brasil; sem poder citar todos, destacamos aqueles que tivemos a oportunidade de presenciar ou de ser convidado: Porto Alegre-RS , Florianópolis-SC SAC, Paranaguá- PR , Jacareí -SP-CUBIVALE , Ribeirão Preto-SP, Campos-RJ , Cachoeiro do Itapemirim-ES, Belo Horizonte -MG, Brasília-DF, São Paulo-SP SERCA, Duque de Caxias-RJ. Como vimos, as regiões são as mais diversas, a paixão é nacional, sem fronteiras.
Por fim, como sempre dissemos, não podemos deixar de mencionar essa importante questão: como em todos os tipos de pássaros canoros, os produzidos domesticamente têm muito mais qualidade do que seus irmãos selvagens, isto porque poderemos cruzar os melhores com melhores. Esse é o grande fator de incremento e de estímulo da criação. Quem poderá duvidar disso, a seleção através da genética funciona, e funciona bem. É só testar. A confiança da classe é grande, a responsibilidade também, os aficionados são muitos, a demanda é enorme, as matrizes estão aí, capturar é proibido; daí criatórios em ação, o respeito da sociedade e hobby preservado.  

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Diferenças...

DIFERENÇAS
Existem três pássaros muito semelhantes, que parecem ser a mesma ave, mas que não são. É bom fazer este esclarecimento aos passarinheiros do Brasil, para que aumentem seu conhecimento.

TRINCA FERRO VERDADEIRO
Nome Científico: Saltator Similis
Distribuição: Da Bahia até o Rio Grande do Sul.
Características: É o maior de todos (21cm), habita as beiras das matas (tanto nas regiões de baixadas como nas regiões de montanhas). Seu dorso é puxado para o verde oliva.

TEMPERA VIOLA
Nome Científico: Saltator Maximus
Distribuição: Brasil central em direção à costa (até o Rio de Janeiro)
Características: Tem canto mais curto que os outros e não habita regiões serranas. É o menor de todos (19cm) e apresenta o dorso levemente amarelado.

TRINCA FERRO CINZA
Nome Científico: Saltator Coerulescens
Distribuição: Habita as regiões amazônicas e do norte do país.
Características: Tem tamanho médio (20cm). Vive à beira de brejos e rios. Seu dorso é puxado para o cinza.

Doenças...

DOENÇAS


Há uma consideração a ser feita antes de falarmos sobre as doenças do Trinca Ferro. A melhor opção quando um criador tem uma ave doente é procurar um veterinário. A observação do especialista supera (em muito) os palpites dados na internet sobre as formas de se tratar um pássaro. Falaremos aqui um pouco sobre as doenças que acometem o Trinca Ferro, mas a solução para todas elas deve ser dada em consulta, com atendimento específico.
PEVIDE (ou PIVITE):
Trata-se de uma doença que prejudica de maneira especial os Trincas. A Pevide é uma inflamação na língua do Trinca Ferro. Cria-se uma crosta na língua que impede o pássaro de se alimentar direito. Com o tempo ele irá ter deficiências alimentares e sua saúde estará comprometida (podendo levá-lo à morte).
Já de início é bom avisar: não adianta simplesmente arrancar a crosta, pois a Pevide é somente um sintoma de uma doença causada por um parasita que fica instalado no aparelho respiratório do animal. A Pevide é a "ponta do iceberg".
Muitos criadores explicam que "curaram" a Pevide de seus Trincas arrancando a ponta da língua dos mesmos. Isso é uma ignorância sem tamanho, que deve ser abolida entre os trinqueiros. Submeter o animal a esta mutilação é um desconhecimento generalizado (e uma maneira de fazer a ave sofrer).
Recomenda-se levar o animal a um veterinário especializado em aves silvestres, para que possa diagnosticar, de fato, a Pevide. O especialista irá prescrever polivitamínicos para que o pássaro seja suprido em suas necessidades nutricionais (uma vez que o Trinca acometido de Pevide tem dificuldades em se alimentar). Depois, o veterinário irá prescrever um tratamento com vermífugo. Este tratamento (de vermifugação) irá acontecer de maneira gradativa, pois há risco de vida para o Trinca se o verme morrer dentro de seu aparelho respiratório.
Por último (depois de tratada a origem do problema) o criador irá se preocupar em - finalmente - arrancar a Pevide. A retirada da Pevide em hora errada pode acarretar em sangramento e dor forte. Já a retirada no momento certo (por pessoa experiente) será simples e indolor. Este procedimento (de retirada da Pevide) pode ser feito por um criador que já tenha feito isso em ocasiões anteriores. O momento bom para a retirada da crosta é quando a língua do Trinca estiver com coloração amarelada. Esta é a hora de realizar o procedimento.
Depois que a Pevide for retirada, o criador deve permanecer oferecendo abundância de alimentos macios ao seu pássaro. Também é importante que ele receba uma dieta rica em proteínas (ex: larvas de tenébrio, grilos e farinhadas com ovo).

ROUQUIDÃO:

Outro problema que acomete os Trinca Ferros é a rouquidão. Ela pode acontecer por algumas diferentes razões e o tratamento para cada uma delas é bastante diferente.
Pode ser que o Trinca Ferro esteja rouco por ter pego um resfriado. Gaiolas que ficam em lugares com corrente de vento podem fazer com que a ave fique resfriada. Mudanças bruscas de ambiente (tirar o Trinca de casa em um dia frio) também podem causar o mesmo efeito. Este tipo de rouquidão pode ser tratada de maneira mais simples, com produtos naturais e uma atenção especial para o local onde a ave irá se recuperar. Recomenda-se encapar o Trinca, mantê-lo em um lugar aquecido e oferecer chá de Romã na água de beber.
Mas o Trinca Ferro pode ficar rouco por causa de parasitas. Estes vermes ficam instalados no aparelho respiratório da ave, impedindo ela de respirar e cantar direito. Neste caso, recomenda-se levar a ave a um veterinário, para que ele possa diagnosticar, de fato, a origem da enfermidade. Caso queira correr o risco de realizar um tratamento particular (sem supervisão médica) o criador pode adquirir produtos como Tylotrat, Nalyt, Tylan, Allax ou Ivomec. No caso, o passarinheiro terá de optar por um dos medicamentos citados; deverá observar as informações de bula e seguir as orientações da mesma.
OBESIDADE:
Trincas ficam gordos quando não tem espaço suficiente para se exercitarem ou quando ingerem alimento em excesso (ou alimentos gordurosos em grandes quantidades). Nestes casos, recomeda-se oferecer uma gaiola maior ao Trinca Ferro (ou colocá-lo em uma voadeira ou em um viveiro).
Muitos criadores mantém seus Trincas em gaiolas com as mesmas medidas das gaiolas de torneios. Como já destacado no canal "Gaiolas", este espaço não é suficiente para a vida diária do animal. São boas para torneios porque seu tamanho diminuto permite um contato visual constante com as aves adversárias; mas são muito pequenas para servirem de moradia do pássaro.
O criador também deve ter uma atenção especial para com a alimentação do Trinca Ferro. Recomenda-se utilizar as Rações Extrusadas (por serem naturalmente equilibradas) e oferecer farinhadas somente em um dia da semana (pois as mesmas ingeridas em excesso podem deixar a ave gorda).

OUTRAS DICAS :
Há muitos outros sintomas que indicam que uma ave está doente. Para isso, o criador deverá observar suas aves constantemente. O melhor preventivo é o olho do dono! Veja alguns sintomas que devem deixá-lo em sinal de alerta e procure por um veterinário se observar algum deles em seus pássaros.
- Pássaro quieto, sem disposição, em um canto da gaiola ou no fundo da mesma.
- Pássaro que não come
- Pássaro que bebe muita água
- Pássaro que está muito magro
- Pássaro que passa o dia respirando com o bico aberto
- Pássaro que emite chiados enquanto respira
- Pássaro que sempre dorme apoiado nas duas pernas
Observando suas aves todos os dias você pode notar comportamentos estranhos e evitar que muitas das doenças de agravem.

Dicionário...

DICIONÁRIO
Existem vários termos utilizados pelos passarinheiros que são desconhecidos para quem se aproxima do mundo das aves silvestres. Segue abaixo um mini-dicionários, com algumas expressões e termos peculiares aos criadores de aves.
ANILHA: É um anel de metal que é colocado na perna dos pássaros nascidos em cativeiro, no quinto dia de vida, com seu número de identificação. A anilha só é colocada na pata de pássaros nascidos em criatórios comerciais ou na casa de um criador amadorista. Ter um anilha não significa que o pássaro é legalizado. A anilha pode ser falsa, ter sido colocada em uma ave que foi caçada no mato, de maneira ilegal. A anilha só tem validade quando ela corresponde ao registro que este pássaro tem no Sispass (ou em um Clube).
CABEÇA MOLE (OU DURA): Quando um pássaro tem poucos anos de vida ele ainda está aprendendo o canto de sua espécie. Nestes casos, alguns pássaros podem pegar o canto de uma outra espécie (caso sejam muito novos e fiquem ouvindo esta outra espécie cantar). Um pássaro que muda seu canto original por ouvir uma outra espécie é chamado de "cabeça mole". Quando um pássaro já é maduro, e não pega o canto de outros, diz-se que ele já tem "cabeça dura".
CORREU: É quando um pássaro é colocado em disputa de canto com um outro macho e ele pára de cantar por causa deste outro macho. Diz-se que ele "correu". Um pássaro também pode "correr" para pessoas (alguém de quem ele tenha medo).
CRIADOR AMADORISTA : É todo aquele que é cadastrado no Sispass ou que é filiado a alguma associação ou clube. Em resumo, são os que possuem uma ave silvestre registrada. Estes criadores têm autorização para fazerem cruzamentos e tirarem filhotes em cativeiro.
CRIATÓRIO COMERCIAL : É um estabelecimento (uma loja ou uma casa) que tem autorização do IBAMA para comercializar aves silvestres. Estes estabelecimentos vendem aves registradas e emitem nota fiscal de seus animais.
ENFEMEAR: É quando coloca-se uma fêmea próxima a um pássaro para ele cantar mais. Pássaro "enfemeado" é aquele que fica dependente de uma fêmea para cantar.
ENTOPETOU: É quando o pássaro é colocado em disputa com outro macho e ele pára de cantar por causa deste outro macho. Diz-se que ele "entopetou". Este termo tem sua origem no fato de que alguns pássaros, quando "correm" de outros, levantam o topete, na parte de trás da cabeça.
ESFRIAR: É quando um pássaro pára de cantar. Diz-se que ele "esfriou". Um pássaro pode parar de cantar por diversas razões (ver detalhes no canal "Dicas").
ESQUENTAR: É quando um pássaro volta a cantar, ou está cantando mais do que cantava antes. Diz-se que ele "esquentou". Há várias formas de "esquentar" um pássaro (ver detalhes no canal "Dicas").
FIBRA: É quando um pássaro continua cantando, mesmo na presença de um outro macho. Diz-se que ele tem "fibra". Estes pássaros são os usados nos torneios de roda (ver detalhes no canal "Roda").
GALA (ato de GALAR): É quando o macho sobe na fêmea para o acasalamento. Diz-se que ele "galou" a fêmea. Quando a fêmea fica abaixando para o macho diz-se que ela está "pedindo gala".
IBAMA: Órgão governamental que cuida de todas as questões ligadas ao meio ambiente e aos recursos naturais do país.
MATEIRO: É um pássaro do mato, que foi caçado na natureza. O mesmo que "xucro".
MUDA: Todo ano, antes do inverno, os pássaros trocam de penas (para entrar na época do frio com penas perfeitas). Este período de troca de penas é chamado de "muda". As mudas acontecem, geralmente, entre os mêses de Abril e Junho. Há mudas mais longas e mudas mais curtas. Há pássaros que perdem as penas de uma vez e há outros que vão perdendo aos poucos.
MUDA ENCRUADA: É quando o período da muda passa e o pássaro continua sem penas. Há diversas razões para a muda ficar "encruada" (veja o canal "Doenças").
PARDO: A maioria dos machos muda de cor depois da primeira (ou segunda) muda de penas. Até a primeira muda os pássaros (machos e fêmeas) têm coloração em tons de marrom (pardo). Depois da primeira (ou segunda) muda, os machos ficam com as cores de adulto, mas as fêmeas continuam pardas.
PASSERIFORMES: Resumidamente, são os pássaros de canto e que se alimentam, basicamente, de sementes e frutas. Os populares "passarinhos". Há algumas características que identificam os passeriformes: Quatro dedos nas patas (3 para frente e 1 para trás), ausência de membranas entre os dedos e um conjunto de 9 ou 10 penas primárias nas asas.
PARELHA: Quando você tem dois pássaros se escutando, você tem uma "parelha". Isso é bom para fazê-los cantar, pois um escuta o desafio do outro e se sente incentivado a demarcar seu território. Aí eles ficam cantando um para o outro.
PINTANDO ou PINTÃO: É quando o pássaro está em um estado intermediário da muda. Ele não é totalmente pardo e não está totalmente com as cores de adulto. Diz-se que ele "está pintando" ou que ele "é pintão".
REGISTRO: Um pássaro pode ter dois tipos de registro: Sispass ou Clube.
Sispass: Pássaros que tem registro no Sispass, que nasceram em cativeiro, que foram anilhados ao nascerem.
Clube: No passado, quando não havia o Sispass, era impossível saber se um passarinho havia nascido em cativeiro ou se tinha sido caçado. Então, o IBAMA distribuiu anilhas aos clubes para que os passarinheiros anilhassem suas aves. Estes primeiros registros são chamados de "Registro Clube".
RODA: É um torneio em que as gaiolas são colocadas em círculo para ver qual pássaro canta mais (veja detalhes no canal "Roda").
SISPASS: É o órgão de dentro do IBAMA que cuida especialmente do controle dos pássaros de canto (os passeriformes). O Sispass tem um site onde são feitas todas as transferências entre os criadores. Quando alguém diz que tem um pássaro que é "Sispass", ele quer dizer que seu pássaro é legalizado, que está registrado em seu nome e que pode ser transferido ao novo dono via internet.
XUCRO: É um pássaro do mato, que foi caçado na natureza. O mesmo que "mateiro".

Gaiolas

GAIOLAS
Uma das coisas mais importantes na criação de uma ave é o espaço que ela tem disponível. Como criadores de aves silvestres nascidas em cativeiro nós devemos prezar para que nossos Trincas gozem da liberdade que cabe ao pássaro nascido em cativeiro. Os Trincas são aves grandes (maiores que Azulões, Curiós, Coleiros, Bicudos ou Canários) e o espaço que eles necessitam é proporcional ao seu tamanho.
O ideal para todo criador seria ter a sua disposição um viveiro (sonho de qualquer passarinheiro), mas todos sabemos que isso é impossível a alguns. Mas mesmo sem podermos ter viveiros em casa, devemos cuidar para que o Trinca tenha uma gaiola compatível com seu tamanho. É muito comum ver criadores mantendo seus Trincas permanentemente em gaiolas pequenas, como as utilizadas em torneios (ver foto abaixo).
É evidente que os Trincas cabem nestas gaiolas. Por terem um tamanho reduzido, estas gaiolas permitem que o Trinca Ferro tenha bom contato visual com seus oponentes de torneio (o que faz com que seu desempenho seja bom). Mas temos todos de concordar: estas gaiolas estão longe de ser suficientes para que os Trincas se movimentem com liberdade.
Uma boa sugestão é a utilização de gaiolas voadeiras. Não necessariamente voadeiras enormes, mas com algum espaço. Estas voadeiras não são tão grandes quanto os viveiros (e nem tão pequenas quanto as gaiolas de torneio). Existem algumas no mercado com excelente relação custo-benefício, acessíveis aos criadores de todo o Brasil (veja modelo na foto abaixo).
Tão importante quanto o espaço que o Trinca terá é a manutenção dos cuidados com a gaiola. O Trinca Ferro é uma ave grande, que produz bastante sujeira, então a fraqüência da limpeza também deve ser - na maioria das vezes - maior do que a de outros pássaros. Outra questão que interfere na questão da higiene da gaiola do Trinca-Ferro é a sua alimentação. As frutas e os legumes estão sempre presentes nas dietas do Trinca (e produzem mais sujeira do que as sementes que os outros pássaros comem).
No que toca à higiene, recomenda-se gaiolas de metal. Eis a razão: As partes da gaiola de metal (seu fundo e grades) podem ser lavadas facilmente com cândida, desinfetante ou álcool. Isso já é bem mais difícil de fazer com as gaiolas de madeira (pois o processo de secagem principalmente pode ser bem mais chato e demorado). Outro ponto desfavorável da gaiola de madeira é que ela tem uma porosidade natural que pode acumular fungos e bactérias (além de que pode abrigar pequenos parasitas nas frestas). Um terceiro ponto sobre a higiene é que a maioria das gaiolas de metal conta com uma grade de proteção no fundo, que impede que o pássaro tenha contato com as fezes que estão no chão (o que não acontece com as gaiolas de madeira que não contam com este item). Então, no que toca a higiene, as gaiolas de metal são melhores.
Mas há um porém. As gaiolas de metal são mais frias. Em regiões do Brasil em que o frio é muito intenso isso pode fazer uma diferença enorme. As gaiolas de madeira são mais frescas no verão e mais quentinhas no inverno. E também as gaiolas de madeira são mais parecidas com o que o pássaro iria encontrar na natureza (as árvores). Então, no que toca à adaptação, as gaiolas de madeira são melhores.
Vamos falar um pouco mais sobre a higiene da gaiola do Trinca (começando com a limpeza corriqueira). Sobre a troca do papel do fundo da gaiola: há passarinheiros que ficam vários e vários dias sem trocar o fundo de suas gaiolas. Há alguns que têm muitas aves e não conseguem dar a atenção devida a cada uma delas. Um criador deve saber qual o limite de pássaros que ele pode ter para que possa mantê-los de maneira saudável.
Há quem troque o fundo todos os dias. Há quem deixe o fundo por mais tempo. O Trinca Ferro é uma ave grande e a sujeira que ele produz é proporcional ao seu tamanho. Gaiolas com Caboclinhos ou o Bigodinhos podem ficar mais tempo sem ter o fundo trocado, mas não é o caso do Trinca (que deve ter o fundo da gaiola trocado diariamente).
Não se recomenda utilizar jornal no fundo da gaiola, pois o mesmo contém chumbo (que é nocivo aos seres vivos). Procure utilizar outros tipos de papel.
Um item é fundamental na higiene da gaiola: a água de beber. A água do bebedouro deve ser trocada diariamente. Por mais que o criador não encontre sujeiras a olho nu; o bebedouro abriga bactérias que podem prejudicar a saúde da ave. Passarinheiro esperto troca a água todos os dias. Também há Trincas que gostam de molhar sua comida na água antes de engoli-la. Isso acontece principalmente com rações extrusadas (e em épocas de muda de bico). Isso faz com que a água de beber fique realmente muito suja (precisando de troca diária).
Além de cuidar da água, o criador deve ter atenção especial com os comedouros e cochos. Acidentes acontecem e é bastante comum encontrar fezes do passarinho no comedouro. O passarinheiro deve observar diariamente o cocho e verificar se o passarinho fez alguma sujeira ali. A remoção da sujeira deve ser imediata.
De tempos em tempos é necessário fazer uma limpeza em toda a gaiola. Limpar poleiros, comedouros, bebedouros e as grades da malha. Para fazer esta limpeza é necessário passar a ave para uma outra gaiola.
Para fazer esta higienização, utilize um pano limpo e um produto de limpeza (que pode ser desinfetante diluído em água ou álcool). Você pode usar uma escova de dentes ou um cotonete para limpar as frestas que o pano não alcança. Esfregue bem as partes e deixe-as secando ao sol. Faça a mesma coisa com o bebedouro e os cochos. De vez em quando é aconselhável jogar SBP (inseticida) nas frestas da gaiola; pois há pequenos parasitas (principalmente piolhos) que se escondem justamente ali.
Atenção: Nunca faça esta limpeza enquanto os pássaros estiverem dentro da gaiola; pois a movimentação pode ser bastante traumática para a ave. Tenha sempre uma segunda gaiola (de reserva) para colocar o Trinca enquanto você faz a higiene da primeira.
Pássaros precisam ficar em lugares iluminados e ventilados. O ideal é que eles estejam em um lugar que receba a luz do dia; luz natural. Mas cuidado: pássaros não podem ficar tomando luz direta do sol por muito tempo. Um pouco de sol é bom, mas os Trincas também precisam de sombra e descanso. O sol da manhã é o mais recomendável.
Também há de se ter um cuidado especial com as correntes de vento. Os pássaros devem ficar em lugares ventilados, mas sem entrar diretamente em contato com as correntes de ar. As rajadas podem resfriar as aves, de maneira que elas venham a adoecer.
Quanto ao contato com as pessoas, há de se observar o seguinte: quando um pássaro fica em um lugar movimentado, é certo que ele se tornará uma ave sociável. Quanto mais isolado ele permanecer, mais chances existem de ele se tornar um pássaro assustado; arisco.
Quanto ao repouso, o criador deve ter muita atenção. Se a ave passar a noite em lugares com muita circulação de pessoas (como a cozinha ou a sala) certamente terá seu repouso comprometido (e ficará mais fraco; sucetível a doenças e males).
Outra preocupação que o pasarinheiro deve ter é de não deixar os pássaros em lugares onde eles corram riscos de vida. Há lugares em que o Trinca Ferro estará à mercê de gatos e gaviões. Muita atenção com onde você deixa sua ave pendurada! Manter o pássaro em um lugar seguro é uma obrigação do criador !

Trafico de Aves aumentando a cada dia....

CONSCIÊNCIA
NUNCA PEGUE PÁSSAROS NA NATUREZA !!!
NUNCA COMPRE AVES SEM ANILHAS !!!
NUNCA COMPRE PÁSSAROS EM FEIRAS LIVRES !!!
Por ser uma das aves mais procuradas pelos criadores da atualidade, o Trinca Ferro também é uma das mais visadas pelos traficantes e caçadores. O pássaro é um dos que mais movimenta o tráfico (para alimentar o mercado ilegal).
Nós, como amantes da fauna brasileira (e principalmente dos passeriformes) devemos repudiar o comércio ilegal de aves. Isso é crime e fere mais do que as leis brasileiras: fere a liberdade dos pássaros nascidos na natureza.
Nosso compromisso deve ser de reproduzir o Trinca Ferro em cativeiro, oferecendo espaço, amor, dedicação, boa alimentação e respeito. Aves são criadas por Deus e merecem nosso cuidado.
Há quem vá dizer que aqueles que realmente amam as aves deveriam soltá-las. A estes nós dizemos:
"Ave nascida na natureza não deve ser engaiolada. Quem faz isso está cometendo um crime (além de estar fazendo uma maldade)."
"Ave nascida em gaiola não deve ser solta. Ela não irá sobreviver. Quem solta a ave não está cometendo um crime (mas está fazendo uma maldade)."
Por estas razões nós devemos rejeitar atos de pessoas que pegam pássaros na natureza. Não devemos NUNCA comprar aves de procedência duvidosa. Não devemos NUNCA comprar aves sem anilhas, que não tenham sido geradas em criatório comercial ou na casa de um criador amadorista (com o devido anilhamento).
Também devemos cobrar seriedade dos órgãos que regulamentam a criação de aves silvestres, pois eles mesmos devem estar sempre dando exemplo aos criadores, sendo os primeiros a zelar pela saúde dos animais e pela proteção da fauna.
Foto: Apreensão em Teófilo Otoni-MG de 70 Trinca Ferros que estavam sendo levados para São Paulo (Dez de 2008).
As aves seriam vendidas no mercado ilegal
Foto: Apreensão de Trincas com anilhas falsas em Siderópolis-SC (Mai 2008).

Como alimenta-los




ALIMENTAÇÃO
Os Trinca Ferros são animais onívoros. Isso significa que seu aparelho digestivo está adaptadado para se alimentar com diferentes fontes (frutas, verduras, legumes, sementes e pequenos insetos). Há algumas maneiras principais de se alimentar um Trinca e nós vamos apresentá-las aqui.
RAÇÕES FARELADAS, SEMENTES, FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS:
Até pouco tempo atrás, era o tipo de alimentação mais usado pelos trinqueiros. Estes produtos são facilmente encontrados em casas para animais e são compostos basicamente de 1) Farelos, 2) insetos e frutas ressecados e 3) Algumas sementes.
Caso o criador deseje utilizar as rações fareladas, ele deve complementar a alimentação do Trinca com frutas, verduras e legumes. Neste caso recomenda-se os seguintes itens:
Frutas: Maçã, Pêra, Banana, Melão, Manga, Kiwi, Goiaba. (ATENÇÃO: Cuidado com Laranja e Mamão, pois soltam o intestino do Trinca)
Legumes: Berinjela, Cenoura (Ralada), Beterraba (Ralada), Pepino, Chuchu, Jiló, Pimentão e Milho Verde;
Verduras: Sempre as verduras escuras: Escarola, Couve, Talo da Couve, Chicória e Repolho Roxo.
Para atender às necessidades de proteína do Trinca Ferro, o criador deve oferecer larvas de tenébrio e grilos ao pássaro. Estes insetos podem ser encontradas em sites especializados.
Caso o criador queira oferecer sementes ao Trinca Ferro, ele pode dar Alpiste, Paiço (comum, verde, vermelho e preto), Senha, Aveia, Arroz com Casca, Cânhamo e Girassol. Muita atenção para o seguinte: Cânhamo e o Girassol devem ser dados somente de vez em quando, em pequenas proporções, pois são sementes bastante oleosas. Se forem dadas com freqüência, deixarão a ave obesa e atacarão seu fígado. Arroz com casca pode ser deixado de lado, pois também não são muito boas para o fígado do Trinca.
A grande questão que envolve tudo isso é o equilíbrio nutricional. Caso seu Trinca Ferro goste de um destes itens, ele pode se alimentar exclusivamente deste seu alimento preferido (e deixar o resto de lado). Isso pode causar um desequilíbrio nutricional que pode, inclusive, levá-lo a adoecer.
Um outro problema ocasionado por esta alimentação tão diversificada é a manutenção destes itens: como todos estes alimentos são perecíveis, o criador terá de aumentar em muito seu cuidado (para que não se estraguem na gaiola).
Por último, há a questão dos agrotóxicos. Nós, seres humanos, não sentimos tanto os efeitos destes produtos, mas os pássaros tem um metabolismo muito diferente e seu tamanho é incomparavelmente menor que o nosso. Desta forma, as doses de agrotóxicos presentes nas frutas, verduras e legumes podem ser letais para as aves. O criador deve estar atento a isto.
RAÇÕES EXTRUSADAS:
As rações extrusadas são relativamente novas no mercado, mas seus benefícios já estão sendo relacionados pelos criadores. Vejamos alguns deles:
Com as extrusadas, o criador não precisa se preocupar com o equilíbrio nutricional do pássaro. Cada partícula de ração contém todos os elementos que a ave necessita para ter uma boa constituição alimentar. Mesmo que o pássaro faça seleção entre as cores da ração (ex: come as bolinhas "verdes" e deixa as "vermelhas" de lado), não haverá problema nenhum; pois os nutrientes presentes em cada uma das partículas são iguais.
Neste caso, o criador não deve fazer das frutas, legumes e verduras a base da constituição alimentar de seus Trincas (mas pode oferecê-los somente 2 ou 3 vezes por semana, para agradar ao pássaro).
Também com as extrusadas o ambiente do pássaro fica mais limpo, diminuindo as chances da ave contrair doenças. O criador não precisa dispensar o cuidado que teria de ser dado se estivesse oferecendo alimentos perecíveis diariamente.
Quanto ao transporte e a manutenção das rações, há mais benefícios. Elas são engarrafadas ou empacotadas dentro dos laboratórios fabricantes (o que diminui em muito o risco de qualquer tipo de contaminação).
Um dos problemas da utilização das rações é o seu preço. Por mais que elas sejam fabricadas por diferentes empresas (com diferentes preços) elas certamente são mais caras do que as frutas e sementes.
Uma outra dificuldade é o acesso: nem todas as cidades do Brasil contam com lojas e petshops que recebem estas rações. Também as empresas que vendem produtos para aves por internet não conseguem atender a todas as cidades do país.
Há ainda uma outra dificuldade: uma das grandes barreiras que os criadores encontram para utilizar as rações é mesmo a aderência por parte dos pássaros. Alguns dos pássaros têm muita dificuldade em pegar a ração (o que desanima seus donos, que acabam desistindo de utilizar as extrusadas).
De qualquer forma, quem for aderir à alimentação à base de rações extrusadas deve procurar as marcas Alcon (Ração "Alcon Club"), Megazoo (Ração "O-20") e Nutrópica (Ração "Pássaros Brasileiros"). Essas são marcas facilmente encontradas no mercado e que gozam de credibilidade.
UMA DICA SOBRE ALIMENTAÇÃO: Lembre-se de oferecer abundância de alimentos macios quando o Trinca estiver passando pelo período da muda de bico, pois ele não vai poder fazer força para quebrar e triturar alimentos.